27 de outubro de 2014




Rende 16 bolinhos.

A dieta da gestante e da lactante



Quando pensamos em nutrição infantil devemos lembrar que ela inicia durante a gestação, passa pelo aleitamento materno e irá se manter na fase da alimentação.
Muitas mães hoje em dia se preocupam com a dieta durante a gestação, algumas delas pensando no ganho de peso durante a gestação, mas especificamente preocupadas com a questão estética. Mas muito além da parte estética estas mães devem se preocupar com outras questões tão importantes para saúde dela e do bebê que está gerando.



Em primeiro lugar, um ganho de peso dentro das recomendações para gestante (em média de 11 a 16 Kg para gestante com IMC pré gestacional eutrófica) irá prevenir o desenvolvimento de diabetes gestacional, hipertensão na gestação ou pré eclampsia e risco de parto prematuro, assim como irá diminuir as chances de o bebê nascer ou desenvolver sobrepeso na primeira infância, diabetes do tipo 1 e 2 e outras doenças crônicas.
Mas para este ganho de peso saudável, é preciso uma dieta equilibrada, variada e saudável, para fornecer todos os nutrientes que o bebê precisa para seu desenvolvimento intra-uterino saudável.
Uma dieta equilibrada e variada também contribui para a aceitação alimentar do bebê durante a fase de introdução alimentar. Alguns estudos já evidenciam que os sabores voláteis da dieta materna, passa para o líquido amniótico e pode ser percebido pelo bebê. Mais um motivo para as mães se alimentarem com uma dieta saudável e variada, rica em frutas, verduras, leguminosas, cereais e carnes.
Além disso, nesta fase o corpo irá se preparar para o pós parto e amamentação, então é natural que o organismo armazene uma quantidade de gordura corporal que será utilizada na fase de amamentação, onde o organismo possui um aumento no gasto calórico em aproximadamente 500 calorias, para a produção do leite materno. Portanto a amamentação irá auxiliar no processo de redução de peso no pós parto.
Também no período de amamentação a dieta deverá ser equilibrada, e ao contrario de muitos mitos que se criou, não existe a necessidade de se retirar alimentos da dieta para facilitar a digestão do bebê e prevenir cólicas ou gases (exceto caso de alergias do bebê que a mãe necessita retirar o alimento alergênico, como por exemplo o leite de vaca e derivados que ocasiona a APLV). A dieta irá fornecer os nutrientes para a mãe e também para o bebê, pois existe a transferência de alguns nutrientes para o leite materno, assim como a modificação no sabor do leite materno conforme a dieta da mãe, o que futuramente na introdução alimentar também irá propiciar uma melhor aceitação por parte do bebê.
E tão importante nestas duas fases é cuidar da variedade e qualidade da dieta que a mãe está consumindo como também da quantidade de calorias que estará ingerindo diariamente.
 
Veja como deve ser a dieta:
Ao contrário do que se pensa, não é necessário comer por 2! No primeiro trimestre de gestação a necessidade calórica permanece igual ou muito próxima ao habitual da mulher antes de engravidar. Isto por que nesta fase o desenvolvimento do bebê está mais na divisão celular e formação dos órgãos, então mais importante neste período é fornecer uma dieta equilibrada em nutrientes para não faltar nenhum nutriente ao bebê. Principalmente o ácido fólico, muitos médicos já fazem a suplementação para garantir sua oferta.
Após o segundo trimestre é que o bebê começa a ganhar peso efetivamente e crescer, portanto nesta fase existe um aumento da necessidade calórica em aproximadamente 300 calorias, porém a qualidade dos alimentos que a mãe ingere continua sendo de grande importância.
Alguns alimentos é bom evitar durante a gestação, são eles:

  • Peixe cru e moluscos: possível fonte do parasita Toxoplasma que pode causar cegueira e dano cerebral fetal. 
  • Carne, frango e frutos do mar crus ou mal passados: risco de intoxicação alimentar
  • Leite não pasteurizado e queijos pastosos: feta, brie, camembert, roquefort, queijo branco e queijo fresco, a não ser que o rótulo diga "feito com leite pasteurizado", podem estar contaminados com uma bactéria chamada Listeria. Esta pode provocar aborto, parto prematuro ou doença fatal ao recém-nascido. 
  • Salsichas, salames, patês industrializados, pastinhas de carne e frutos do mar defumados: a não ser que sejam cozidos antes da ingestão, eles também são fontes de risco e podem ter sido contaminados por Listeria depois do processamento. Vale lembrar que são alimentos menos saudáveis, logo devem ser consumidos moderadamente de qualquer modo.
  • Ovos mexidos moles e alimentos com molhos feitos de ovos crus ou pouco cozidos: podem ser fonte de contaminação por Salmonella. Portanto, cozinhe os ovos até que a clara e a gema estejam firmes. 
  • Chás de ervas (ou a versão em cápsulas ou pó solúvel): não há consenso no meio obstétrico quanto à necessidade de excluí-los da dieta da gestante, mas sua segurança na gravidez ainda não foi comprovada. 
  • Álcool: pode causar dano fetal, inclusive retardo mental e comportamento anormal. Apesar de um drinque ocasional não impor risco, não há consenso quanto a uma quantidade segura. 
  • Café: pequenas dosagens de cafeína não oferecem risco a uma gestante saudável e sem restrições específicas. Entende-se por pequena dosagem um consumo de cafeína inferior a 300 mg por dia. Uma xícara de chá de café coado (200 ml), por exemplo, pode conter de 80 a 130 mg de cafeína ao passo que um café expresso (50 ml) oferece cerca de 100 mg da substância.
  • Ciclamato de sódio e esteviosideos: segundo estudos recentes o ciclamato de sódio deve ser evitado, pois pode atravessar a barreira placentária e especulam-se possíveis danos ao feto. Recomenda-se também evitar o esteviosideo, pois ainda há poucos estudos que comprovem sua segurança.

     Para um melhor acompanhamento procure um nutricionista!

2 de outubro de 2014

Oficna sobre lancheira saudável

Para as mamães de curitiba, este sábado terá oficina sobre como montar a lancheira do seu filho de maneira saudável, utilizando alimentos que sejam atrativos para as crianças. Também vamos conversar um pouco sobre o por que não utilizar produtos industrializados.

Corra que ainda dá tempo de participar inscrições aqui!


Alimentação nos primeiros anos de vida



Hoje em dia vemos muitas crianças na idade escolar com dificuldades alimentares, com hábitos alimentares prejudiciais, algumas já com consequências destes hábitos como obesidade, hipertensão e diabetes, doenças que algum tempo atrás eram consideradas doenças de adultos, provavelmente um reflexo da dieta que estes adultos tiveram na infância.
Vamos pensar um pouco sobre a evolução dos alimentos. Antigamente, provavelmente quando nossos avós eram crianças, os alimentos eram mais artesanais, não se comprava biscoito, pão, macarrão, molho pronto, nuggets, lasanha congelada...também a quantidade de agrotóxicos e pesticidas utilizados na plantação era bem menor ou quase nada, até porque muitas famílias tinham sua própria horta no quintal. Então as famílias cultivavam e preparavam a maioria ou a base da sua alimentação, com isso as crianças e muitos adultos não tinham problemas de saúde decorrente da má alimentação e a alimentação era bem mais balanceada.
Mas o tempo passou, e com ele vieram avanços na tecnologia de alimentos, veio a vida cada vez mais corrida das famílias, e juntou o útil ao agradável, a praticidade dos industrializados com a falta de tempo de se preparar as refeições. Eu já sou de uma geração que já tinha muita comida industrializada em casa, até porque ainda não se sabia ao certo que danos tudo aquilo poderia causar na saúde. E já escutei colegas por ai dizendo, a eu comi tudo isso ou aquilo e estou aqui, vivo. Mas hoje já vemos resultados de adultos da minha geração com inúmeros problemas de saúde (diabetes tipo II, obesidade, colesterol alto, hipertensão...) que podem em grande parte, ser conseqüência de uma alimentação inadequada ao longo dos anos e que em muitos casos se mantém ainda na vida adulta e estão sendo transmitidos aos filhos.
E era neste ponto que queria chegar, estes adultos de hoje, muitos provavelmente mantém seus hábitos alimentares inadequados, adquiridos na infância. Muito provavelmente naquela época ainda não se sabia dos riscos e conseqüências que estes hábitos levariam, e por isso muitas famílias não tinha preocupação. Porém agora muitos estudos comprovam a relação dos maus hábitos alimentares com as doenças consideradas crônicas (as que já citei), a informação está por toda parte para quem quiser e tiver interesse em ler, pesquisar, estudar e precisamos além de mudar os nossos hábitos transmitir isto aos nossos filhos o mais cedo possível. Pois é muito mais fácil começar e se manter no caminho certo, do que na metade da viagem, ter que retornar e pegar o caminho certo, concordam?!
Assim é muito mais simples iniciar desde o inicio uma alimentação saudável, evitando industrializados, optar sempre o natural. Digo desde o inicio mesmo, das primeiras papinhas, da importância de não utilizar o açúcar, o sal em demasia, os temperos industrializados, os alimentos industrializados cheios de conservantes e outros ingredientes que mal conseguimos pronunciar. Desta forma, a possibilidade da criança crescer com esta alimentação, e considerar que isto é o normal e sentir prazer com esta alimentação é muito maior de se manter na idade escolar e na vida adulta.
Aconselho as mães que estão começando agora a alimentar suas crias, que não se assuste se seu filho fez cara feia na primeira vez que provou o espinafre na papinha, para ele a maioria dos sabores são novos e estranhos ao seu paladar, afinal ele estava acostumado só com o leite, portanto tudo é novo e estranho, e o ser humano tem a tendência de evitar o desconhecido, mesmo quando este desconhecido seja incrivelmente bom! Tenham paciência em apresentar novos sabores e novas texturas, prepare receitas diferentes com o mesmo alimento e ofereça mais de 12X cada um. O paladar é algo que pode ser moldado, basta ter um pouco de treino. Não desistam nesta fase, pois se não for trabalhado estes hábitos alimentares já na primeira infância (até os 3 anos), após fica bem mais complicado de retornar o caminho e fazê-lo certo. Não que isto seja impossível, pois sempre é tempo de mudar, isto vale até para os adultos!!!
Um bom restinho de semana!

23 de setembro de 2014

Vamos falar sobre PROBIÓTICOS...

O que são probióticos?
    São cepas vivas de bactérias não patogênicas que colonizam o intestino e atuam modificando a flora intestinal. Quando administrados em doses adequadas possuem efeito benéfico ao organismo.

    Mas qual relação dos probióticos com a nutrição infantil?
Os probióticos estão relacionados diretamente com a defesa do organismo contra microorganismos patogênicos no lúmen intestinal, na modulação da resposta imunológica, no desenvolvimento e reforço da barreira intestinal e na síntese de vitaminas.

Como tudo começa...
    Desde o primeiro suspiro que damos ao nascer, as bactérias começam a fazer parte do nosso organismo, sejam elas patogênicas ou benéficas para o nosso organismo. Algumas das bactérias benéficas que colonizamos, são transmitidas da própria mãe, seja pela via de nascimento (quando o nascimento é por parto normal, muitas bactérias benéficas são transmitidas para o bebê) e principalmente pelo leite materno.
    E foi justamente através do leite materno de uma mãe peruana que foi isolado um importante probiótico, o Lactobacillus reuteri.
Olha ele aqui!
    O mais interessante deste probiótico é que ele é capaz de atuar em algumas situações muito comuns dos lactentes e crianças com idade escolar, como por exemplo:
  • Amenizar a cólica do recém nascido e do lactente;
  • Melhorar sintomas de regurgitação do lactente;
  • Melhorar os sintomas de gastrointerite aguda ou diarréia infecciosa;
  • Melhora na constipação intestinal.
 
Qual mãe não passou por pelo menos uma dessas situações?!
     E além de atuar beneficamente no tratamento destas situações clinicas, os probióticos previnem o aparecimento de doenças infecciosas oportunistas, especialmente em lactentes e crianças que começam a frequentar a escola ou creche.

    Agora você já sabe que utilizar probióticos pode auxiliar e melhorar a manutenção da saúde de seu filho e sua também, pois os probióticos também possuem efeitos benéficos nos adultos.

    Para saber como incluir os probióticos nas sua dieta, consulte um nutricionista.


12 de agosto de 2014

Dar ou não leite de vaca e derivados para menores de 1 ano?






    Nessa onda da industrialização vejo por ai muitas mães questionando ou já oferecendo produtos lácteos para as crianças antes mesmo de se completar seu primeiro ano de vida, seja petit suisse, iogurtes ou bebidas lácteas, ou ainda as fórmulas infantis que possuem o leite de vaca em sua composição.
    Algumas que oferecem sem questionar afirmam que quando crianças consumiram desde certa idade e não aconteceu nada, estão vivas!
    Mas se refletirmos sobre o assunto vem uma avalanche de informações, que certamente não caberá neste único post. Então vamos com calma e começar do começo!
    O leite de vaca e seus derivados possuem uma proteína que para crianças menores de 1 ano é de difícil digestão. O organismo do ser humano foi desenvolvido para receber o leite materno, que possui todos nutrientes necessários para seu desenvolvimento, enquanto que o leite de vaca, a natureza o fez para o bezerro. Algumas crianças que recebem o leite de vaca,seja em fórmula infantil ou até mesmo em outra apresentação, estão sujeitas a desenvolver alergia a proteína do leite de vaca. E esta alergia pode ocasionar sintomas que muitas vezes são de difícil diagnóstico, pois seus sintomas são muito similares a outros quadros clínicos. Por exemplo: dermatite atópica, asma, rinite, coceira nos olhos, constipação ou diarréia, são algumas reações do sistema imune contra esta proteína, ou seja, um quadro de alergia. (Sugiro que leia www.alergiaaoleitedevaca.com.br) Diferentemente da intolerância a lactose, que é a produção insuficiente ou não produção da enzima lactase para digestão do açúcar que contém no leite a lactose, mas este quadro é mais comum em crianças maiores ou adultos, e pode ser temporário.
 

    O problema é que muitas vezes não é diagnosticada corretamente, e após os dois anos de idade a tendência é que o organismo se adapte a esta situação, porém alguns sitomas permanecem até a vida adulta.
    Além da alergia a proteína do leite de vaca, muitos estudos apontam que,lactentes que consomem leite e derivados, possuem maior incidência de anemia ferropriva. Outros demonstram uma prevalência de obesidade infantil, e demais na vida adulta ocasionam outros problemas de saúde.
    A Sociedade Brasileira de Pediatria, Ministério da Saúde, OMS e Academia Americana de Pediatria NÃO recomenda leite de vaca e seus derivados para menores de 1 ano de idade. Então questione seu pediatra caso ele tenha lhe orientado este consumo antes de 1 ano de idade.
    Caso o objetivo do consumo de leite e seus derivados seja a ingestão de cálcio, saiba que muitos outros alimentos possuem este mineral em concentrações tão altas e de biodisponibilidade tão boa quanto o leite, por exemplo: vegetais de cor verde-escura, como brócolis, couve, agrião, mostarda, além do repolho, nabo e peixes de ossos moles, como o salmão e a sardinha, e também sementes como o gergelim são ótimas fontes de cálcio.
    Além disso, os produtos lácteos industrializados como petit suisse, iogurtes e bebidas lácteas possuem concentrações elevadas de açúcares, assim como corantes e aditivos químicos adicionados. O que vai contra a uma alimentação saudável na infância e principalmente na introdução dos alimentos a partir dos seis meses de idade, onde a base desta alimentação deve ser de alimentos naturais ou in natura, sendo frutas, vegetais, cereais e carnes magras, além é claro do aleitamento materno até os dois anos de vida, e orienta-se a não adição de açúcares nas preparações.



    Portanto não existe uma real necessidade de oferecer estes alimentos antes de 1 ano ou até mesmo 2 anos de idade, dentro de uma alimentação equilibrada e saudável as crianças terão todos os nutrientes necessários para seu desenvolvimento. Alimentos industrializados em geral as crianças terão uma vida toda para experimentarem, mesmo que não seja saudável, pois inevitavelmente isto acontece, mas se a base de seus hábitos alimentares foi desenvolvida e solidificada antes dos 2 anos de idade de maneira saudável e equilibrada, as chances desta criança manter estes hábitos são bem maiores!



4 de agosto de 2014

Semana Mundial do Aleitamento Materno - 01 a 07 de Agosto


      Estamos durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno e devido a isto quero vir aqui aproveitar o momento para falar sobre o tema.
     Muito se fala da importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses e continhuado até no mínimo os dois anos (Recomendações da OMS e MS), sobre a importância de seus nutrientes na medida certa em cada fase do lactente, mas hoje quero apoiar e incentivar as mães quanto ao aleitamento materno.
     Muitas vezes sei que não é fácil iniciar o processo de amamentação, sei da responsabilidade no papel de mãe mamifera em nutrir sua cria e sei da pressão que a sociedade, midia, industria e etc causa neste papel da mãe.
    Mas é preciso resistir a tudo e a todos para continuar nesta empreitada. Pois tudo valerá a pena, e apesar de quando se esta vivenciando parecer longos momentos, eles passam rápido demais. Logo seu filho estará correndo e brincando, e disso tudo ficará o vínculo entre mãe e filho que se constroí também durante os momentos de amamentar, momento único que somente mãe e filho podem desfrutar.